sábado, 30 de março de 2024

PÁSCOA - UMA CAMINHADA DE FÉ

 

Páscoa. Transformação, atitude e vida.

Vagueiam em meus pensamentos

Refletidas mensagens.

Tantos “Egitos” convidativos,

Por que sim? E por que não?

É que verdades superiores me fascinam.

 

Deus sempre nos chama  a ir além.

A um momento novo – descortinar!

O véu dos conflitos se rasga

E a ressurreição nos eleva.

Superados tantos paradoxos,

O Cristo nos trasfere sua glória.

 

Todos podemos celebrar novos rumos.

Afinal, sabemos que sofrer não é o fim,

Se, como Cristo, também fizermos opção pela paz.

Desertos, rios e mares – um horizonte.

Há promessas e vislumbres, cresce a esperança.

E a eternidade nos convida e nos impulsiona.

 

Seguiremos nossa jornada pela fé,

Já não mais tanto apego à materialidade.

Passo a passo na certeza de que um só caminho serve,

Aquele que norteia as sendas de nossas decisões,

Que nos afaste o ódio, o egoísmo e a incredulidade vil,

E nos conduza à Páscoa – Vida, Amor e Ressurreição!

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

A GENTE PROFESSOR!

A gente é Professor.
A gente é profissional.
A gente é gente.
A gente lida com gente.
E, por vezes, a gente se esquece da gente.
Que a gente tem limites, Sonhos, desejos, altos e baixos.
E a gente aprende.
Uma hora a gente aprende.
Que há gente com a gente.
Gente que é gentil, que deriva gentileza.
Que sente, que ri, que chora... com a gente.
E a gente aprende a se ver melhor
A se doar melhor,
A se colocar melhor,
Nos limites da gente.
E a gente segue com toda gente,
Que quer aprender algo com a gente.
Sim. A gente segue.
Mesmo no paradoxo das gentes.
Na certeza de que o sabor do saber,
Nem sempre é como a gente quer e sente.
A gente é Professor! Gente!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Por que celebrar bodas de oliveira?

                                                                                       (Ao meu amor eterno: Damaris Ribeiro dos Santos)
            Celebrar vem de corações gratos. Assim, celebrar as bodas de casamento é uma demonstração de nossa gratidão a Deus pela manutenção da alegria e graça da união conjugal.
            Por isso não apenas recordamos com certa nostalgia. Vamos além, e creditamos a Deus a harmonia, manutenção e prosperidade da vida a dois.
            Ao completarmos trinta e quatro anos desde que o “sim no altar” tomou vida, expressamos a nossa indagação: Por que celebrar bodas de oliveira?
            Porque é a prova da vitória sobre as intempéries. Lutas não faltam.
            Porque há um vínculo de paz, perseverança, resistência, cura, alivio e tranquilidade. Coisas que precisam ser cultivadas para brotar. A oliveira, de longeva idade evoca um pouco de tudo isso.
            Porque regamos um relacionamento com o azeite e o emplastro balsâmico do “sagrado”.
            Porque não é em vão que a oliveira esteja presente em tantas relações nas culturas de tantos povos.
            Porque o casamento é como as folhas da oliveira. A elas Jesus acorreu nos seu momento mais amargo. Delas, a unção dos reis, sacerdotes, médicos e místicos. Nelas, a representação da força e da vitória dos atletas. Por elas, o anúncio da vida e da paz pós-dilúvio. Com elas, a bênção do salmista: “[...] teus filhos, como rebento de oliveira ao redor da tua mesa”. Elas simbolizam essa força sublime de se tornar uma só carne.
            Porque ao celebrarmos, assim, evocamos e invocamos: raízes profundas, perenidade, regeneração, produtividade mesmo nas fraquezas. A eternização do que de tão sublime só se compreende na incorporação e no fruto do amor. Na memória de que tudo no começo era tão delicado como “algodão”, “papel” ou mesmo “lã”, como cantam os nossos filhos neste dia.
            E, por fim, num apenas percurso literário, porque o amor, tal como a oliveira, floresce em todo lugar onde cuidado, e paciência lhe seja condição vital de cultivo.
            Hoje, então plantamos a nossa oliveira, para que pela natureza milenar de sua existência, vencidos tantos obstáculos, simbolize-nos que o nosso “sim” se fez sentido na vida e na eternidade.
                                                                                   (seu amado, Jailson Estevão dos Santos)

sábado, 16 de maio de 2020

Condicionais em II Cr. 7.13-17

Condicionais em II Cr 7.13-17

1)                      Os três “SE” da ação de Deus  

Se EU:
a)                      Não mandar chuva
b)                      Enviar a peste
c)                      Permitir a fome

2)                      Os três “SE” para uma ação humana

SE o meu povo
a)                       Se humilhar
b)                      Orar e ME buscar
c)                      Converter-se, andar e guardar

3)                      Os resultados como promessa divina:

Deus:
a)                      Ouvirá
b)                     Perdoará
c)                      Sarará
d)                     Confirmará a bênção

Conclusão: Deixar o Senhor e não guardar os seus mandamentos é pecado de Idolatria. Todos os que O deixaram (nesse contexto de II Cr 7.13-22), é porque seguiram, por influência cultural, a outros deuses, e a eles: a) Se apegaram; b) Adoraram; c) Serviram.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

TEMPO DE FLORESCER

Planto flores: semeio e colho esperanças

            Contemplo o meu jardim, e vejo que as flores brotaram exuberantes pelas copiosas chuvas de verão. Elas me falam, no confronto com o silêncio mórbido provocado pelo confinamento da cidade e da nação, que apesar de tudo, Deus está no comando.
            Então o tempo não é para reclamação, e nunca o será. Não é de críticas exacerbadas, para se arrumar um bode expiatório por causa da recessão, a qual se anuncia intrometida e invasora. Nem de lamentos: a natureza dá o seu recado, e o colorido exuberante das flores diz-nos que sempre é tempo de sorrir e brilhar. Elas brotam, teimosamente brotam. Superam a estiagem porque sabem esperar o seu tempo. E num momento em que a própria vida parece implacável, florescer é o remédio natural que aquieta a alma, e acalma o meu coração.
            Engana-se o poeta que disse: “Se não houver, flores (...)”, pois elas sempre hão. Exuberantes, raquíticas, visíveis, invisíveis, perfumadas ou não, matizadas ou únicas, sempre singularizam a diversidade em que a vida se constrói. E elas falam, e nós seres humanos em tempos tão confusos precisamos ouvi-las. Dizem que se em meio à perspectiva do caos, das pedras, do lixo, da falta d’água, das enchentes, da subida e descida íngremes, da agonia do planeta, do pecado, e, do embrutecimento humano, brotam em renovo, nós podemos sim crer no amanhã. Então, confiantes devemos agir ainda que seja como a “haste que o vento recobre de pó, que a roda apressada amassou, e que o pé distraído pisou (...), deve erguer-se confiante. Sempre existe uma esperança! pois ela aos olhos de Deus tem valor”.
            Como as flores do meu jardim, então, quero florescer sem medo de ser feliz. Apesar de tudo. Afinal, se “Deus em seu tempo faz tudo formoso”, o que se descortina certamente nos fortalecerá.

                                                          Crônica:  Jailson Estevão dos Santos

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

TERNURA TEIMOSA

Amigos são preciosidades raras
Diamantes que nos refletem o bem.
Há os que são refúgio, ombro e colo,
Os rígidos, mas de exortação balsâmica.
Há os de companhia indispensável,
Os de perto, os de longe, presentes ou ausentes,
Os que ficam pelo caminho e inspiram saudades.
Há “amigos mais chegados que irmãos”.
Alguns falam no silêncio, aguçam nosso coração,
Outros, tão dinâmicos, pressentem a solidão.
Todos são como anjos, estão sempre a proteger,
Distantes não perdem o foco, amizade é bem querer,
Pertos, assim os sentimos.  O amor transpõe espaços.
Amigos sabem romper fronteiras pelo dom sublime.
Preciosos, raros e belos, eu os tenho, embora não mereça.
E rogo a Deus prece toda especial por eles,
De bênção, de vida, de paz e constante harmonia.
Eles insistem nesta ternura teimosa da amizade.
Que, prósperos na musicalidade e dança da vida,
Enterneçam sempre seus atos no fruto do amor.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A RESSURREIÇÃO CONFRONTA O DILEMA SHAKESPEAREANO



Pode-se entender que o dilema shakespeareano “ser ou não ser” ficou por conta da segunda opção. O “não ser” vence na dilaceração da vida. Aplica-se o silêncio fatal. É como sugere Hamlet ao morrer: “O resto é silêncio”.
Cristo, contudo, opta pelo “ser”. O que, imaginou-se, ficaria abafado num silêncio tétrico, rompeu-se num cântico de exaltação à vida que nos capacita a entender que hoje não precisamos mais optar pelos aspectos objetais de destruição. O grito de horror da morte que culmina o silêncio fatal, e o claustro que impedia a articulação linguística na opção pela liberdade foram vencidos pelo poder divino que fez opção pelo “ser” e desarticulou o poder do “não ser” elaborando e transformando o coro da proclamação evangélica: O Cristo estava ressuscitado. Aquele que fora levado como cordeiro mudo para o matadouro, mostrou que o silêncio fala mais alto no seu desfecho.
Sim, o silêncio sempre falará mais alto. Falará na expressão facial, no comportamento do olhar, no franzir da testa, no morder dos lábios, no movimento corpóreo e em tantas outras expressões não verbais transmissoras de verdades subjetivas, e do descortinar da alma. Jesus Cristo, desde os momentos da agonia para sua morte até o último instante em que rendeu o espírito, pronunciou poucas palavras. Ele teve o seu momento de pianíssimo, no qual pronunciou o maior discurso jamais ouvido. É uma verdadeira homilia sobre a angústia da alma humana, humildade, submissão a Deus, perdão e salvação. Ali Ele provou que a demonstração de amor, de fato e de verdade, não precisa de rebuscados de palavras, tumulto nem barulho, porém de atos.
Quando Cristo aparece após a ressurreição, não perdeu tempo em discutir os fundamentos teológicos do ato divino que o fez encarnar humildemente, e agora, ser exaltado redivivo. Ele simplesmente interrompe o silêncio com palavras de encorajamento e convite à fé. Quem é reflexivo não perde tempo com evasivas. Afinal durante toda sua vida terrena seus atos falaram mais do que palavras. E, como vislumbrou o profeta Isaias, “dEle não fizemos caso”.
Todas essas experiências são um suave discurso, fácil e gostoso de ouvir, porque não dói no ouvido. Pode até perturbar a alma no conflito do convite à reflexão para uma mudança, uma metanóia, não apenas um retorno a um ponto qualquer da queda, mas mudança que leva a se tomar direção certa. Portanto uma oração – uma fala que produz ação, um sopro que se transforma em atitude.
Nesse contexto tão complexo em que os humanos vivem: de desentendimento, desrespeito à individualidade, opção pelo individualismo, egoísmo, descarte e desvalorização da vida, e, se não bastasse, a religião bem como as igrejas assumindo um papel ridículo de legalismo sectário, o grito pela liberdade do ser ainda ecoa. É preciso ouvir. Em algum lugar alguém está a clamar, ainda que em silêncio, já que palavras não adiantam, ou foram sufocadas pela hegemonia dos “poderosos”. É preciso dizer que o ser continua tendo o seu espaço garantido, pois a morte foi vencida pela vida.